IA ameaça 23% dos empregos intelectuais e desafia países ricos, revela MIT


O futuro do trabalho está no centro das discussões desde que a inteligência artificial (IA) avançou a ponto de substituir humanos em diversas tarefas. Agora, dois novos estudos procuram quantificar o efeito da IA no mercado de trabalho, trazendo uma reflexão valiosa e um pouco menos apocalíptica.

Segundo um novo estudo do MIT, 23% dos empregos que têm potencial para serem realizados por IA estão efetivamente sob risco de serem transferidos para máquinas. A pesquisa chegou a este índice levando em consideração os gastos que as empresas teriam para terceirizar atividades para os robôs e se isso seria mais econômico do que mantê-las com os funcionários humanos.

Os pesquisadores focaram apenas nos empregos que já são expostos à IA, ou seja, os que poderiam, teoricamente, ser executados por máquinas – basicamente, cargos que exigem trabalho intelectual. Tarefas mecânicas e manuais foram automaticamente descartadas nesta análise.

Deste grupo, apenas 23% estariam realmente sob risco, pois só nesses casos a transferência de responsabilidades para a IA compensaria financeiramente para as empresas. Nos outros 77%, a troca poderia ser realizada, mas não traria benefícios financeiros significativos.
Avanço da IA pode aumentar percentual de empregos sob risco

Ainda assim, esse índice de 23% pode aumentar dependendo do ritmo de desenvolvimento e implementação da IA. O trabalho do MIT conclui que as mudanças serão significativas, porém graduais, dando tempo para que políticas mitigadoras de desemprego sejam implementadas.

Paralelamente, um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que 40% dos empregos mundiais serão “afetados” pela IA nos próximos anos. A análise sugere que a forma como essas transformações serão administradas determinará se haverá mais desemprego ou se a produtividade será aumentada.
Desafio maior em países ricos

O estudo do FMI acrescenta uma nova camada de complexidade ao debate: os países ricos são os que têm mais a perder. Isso porque a IA tem o potencial de impactar empregos altamente qualificados, que são mais comuns em nações desenvolvidas.

Desta forma, 60% dos empregos em países ricos podem ser afetados pela IA. A metade deles pode ser beneficiada pelo uso de inteligência artificial, enquanto a outra metade pode estar em risco. Por esse motivo, o FMI sugere que as nações avançadas precisarão atualizar suas políticas regulatórias e apoiar a realocação de mão de obra.
Inteligência artificial: progresso não pode deixar ninguém para trás

A transformação digital traz consigo desafios e oportunidades para o mercado de trabalho. Enquanto a inteligência artificial possibilita a otimização de processos, ela também levanta preocupações sobre a existência futura de empregos. Diante dessa realidade, é fundamental que haja atualização dos quadros regulatórios, apoio à realocação de mão de obra e salvaguarda dos que podem ser negativamente afetados.

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