Ganhar em dólar sem sair de casa: trabalhar "no exterior" ficou mais fácil
A publicitária Aline Vasselai vive o melhor dos dois mundos: trabalha em uma empresa norte-americana, reforça seu currículo com experiências internacionais e ganha em dólar, mas não precisou enfrentar as dificuldades de um processo de imigração. Ela também não teve que abrir mão de sua vida junto da família e dos amigos e continua morando perto da praia, em Florianópolis (SC). Quando a pandemia de covid-19 transferiu trabalhadores para o home office e as empresas perceberam que era possível trabalhar dessa forma sem comprometer o desempenho, uma outra porta se abriu: por que não levar essa flexibilidade em conta também na hora da contratar e oferecer vagas a profissionais de outro cantos do mundo?
Foi o que aconteceu com Aline, que, há um ano, foi contratada para o cargo de senior product marketing manager da Birdie, startup de Inteligência Artificial sediada no Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Sua líder direta, inclusive, despacha da Flórida, estado americano na outra costa do país. "Muitas empresas olham agora para o mercado global como fornecedor de mão de obra, e todos os profissionais que têm capacidade técnica são alvos", afirma Lucas Toledo, diretor da consultoria Page Group. "Em relação ao mesmo período do ano passado, por exemplo, percebemos um aumento de cerca de 20% nesse tipo de movimentação, que se torna cada vez mais usual." Contam a favor dos brasileiro tem uma cultura amigável, que abre portas." Embora as áreas de marketing, saúde, vendas, telecom e engenharia tenham aumentado sua busca por profissionais brasileiros, o setor de tecnologia é o grande contratante nessa modalidade. Isso porque, com a ampliação da digitalização para praticamente todos os tipos de negócios, a escassez de mão-de-obra se intensificou em diversos países. "No ecossistema de inovação, com o boom das startups, especialistas em tecnologia são cada vez mais demandados e, hoje em dia, é difícil para empresas de qualquer lugar do mundo depender apenas de trabalhadores locais", argumenta Natália Yuki, diretora de estratégias e operações da Turing, startup nort-americana que usa inteligência artificial para indicar desenvolvedores de software (já selecionados e, muitas vezes, treinados) a companhias interessadas.
Para se ter uma ideia do potencial do Brasil como fornecedor de mão-de-obra para a área de tecnologia, a Turing estendeu a atuação por aqui nos últimos meses e o país já é responsável por 40% de um banco de dados com mais de 200 mil desenvolvedores da América Latina. "Pelo menos duas vezes por semana recebo ligações de empresas estrangeiras em busca de informações sobre nosso mercado de tecnologia", relata Toledo, reforçando a importância do ambiente de negócios brasileiro, com polos de inovação e vários unicórnios (startups avaliadas em pelo menos US$ 1 bilhão)
Os dois lados da moeda Para profissionais que optam por trabalhar em empresas estrangeiras sem sair da terrinha, há diversas vantagens: receber salário em moeda estrangeira, seguir no modelo remoto enquanto empresas nacionais retomam o trabalho presencial (ou híbrido) e atuar em ambientes multiculturais.
"Empresas estrangeiras crescem mais rápido e podem proporcionar experiências únicas: seu trabalho passa a ser comparado com o de profissionais globais, o que já coloca você em outro patamar", acredita Vasselai. "Agora eu consigo beber das fontes de lá e manter minha vida aqui com qualidade."
Mas também há os contras. Antes de aceitar a proposta de uma empresa estrangeira, vale considerar os impactos do novo trabalho para a saúde física e mental. Nem todo mundo se dá bem com o isolamento de trabalhar 100% do tempo em home office (especialmente após uma pandemia) ou em um fuso horário diferente, que pode comprometer a vida em família e os horários de descanso.... - Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2022/04/27/ganhar-em-dolar-sem-sair-de-casa-trabalhar-no-exterior-ficou-mais-facil.htm?cmpid=copiaecola
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